“baby, isso é o fim do mundo”
quem saberia
agora dizer
o nome daquele
chapeleiro
as espinheiras
estavam todas
desabrochadas
e eu quis
desvendar algo que
“tua mãe se veste como se ouvisse os cães”
e de fato ouvia
corria pelo
jardim atrás de uma chance
de catalogar o
mais novo espécime
de tatu bola
aquele que
comíamos na infância
e que você
encontrou um dia
morando no meu
olho esquerdo
decidimos então que havia mais
e que , com os
dois pés fora da porta,
apagaríamos os nomes
das coisas
para as
reescrever
“eu
não sei mais voltar”
e eu não sei
mais falar com estranhos
eu não sei mais
dizer o nome das coisas
e eu lhe digo
“isto não é o bastante”
você me
perguntava como
chamaríamos
aquele pássaro negro
de penas às
vezes vermelhas
e eu lhe dizia
somente
esquece
de
mim
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