segunda-feira, 28 de novembro de 2016

e é assim que parti

                          

                            
está chuva
como é
seria capaz de afogar um rinoceronte
o fim do teu braço
entre a sua mão
e a lua
toca uma cor que
eu sinceramente nunca vi
nem daquela vez
que em Netuno
vi uma Sereia a trançar
seus cabelos
com a cor de todos
os homens
que havia afogado
e é por isso
que eu acredito
fielmente
que devemos ir embora
e nos deixar
partir
porque em algum lugar
da via láctea
um engenheiro construiu
uma torre
pensando no cheiro
que tinha
o seu primeiro amante
por isso
aceito seu adeus
e começo a pensar
em quatorze caminhos diferentes
para chegar em casa
sem conexões
com a terceira lua
do sistema solar
penso que sei tão pouco
sobre a volta
quando sabia sobre a ida
e que esqueci
como se pronuncia “urso-polar”
e que sabê-lo parece tão fundamental

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