domingo, 20 de novembro de 2016

como afogar dinossauros ou diário de uma viagem a Andrômeda

I.



vejo nascer debaixo do sol
se é que aquilo o é
o dorso de um pterodátilo
eu sei que isto
é um sinal de paz
de alguma galáxia distante
esse silêncio
é o último dos últimos
ovos de dinossauro na Terra
vou-me daqui com este presente
espero voltar
quando entender melhor
do nascer
do morrer
da espera
aquela bandeira roxa
no horizonte
me diz que é hora


de sair de vez de casa



II. 



escuta só o canto das baleias
aqui neste lugar tão morno
tão longe do centro da Terra
como pode ser que nunca caímos
se estamos sempre
de cabeça pra baixo?
procuro sempre uma cura
pra minha audição solitária
e daqui sei estarem tão longe
as estrelas menores
de Andrômeda
quero voltar pra casa
quero subir na boca dessa baleia
e quero navegá-la até o seu jardim
pousá-la
dizer pra você
o quão longe eu fui
somente pra retornar 

Nenhum comentário:

Postar um comentário