ao alcance da
mão
as máquinas
envelhecidas
o cheiro
de um poderia
ter sido
mais doce
enche os pulmões
:óculos verdes
de grau
o céu hoje vai
cair
por terra
mas
não é verdade
a
teia a aranha
o
filtrar do óleo
pedras
preciosas
você
me pergunta
com
olhos inchados
o
que é verdade?
a
cor do sangue
dos
mosquitos
a
engrenagem mola
nos
cabelos dela
pode
ser verdade o bote?
se
sim, pode-se
viver
sem antídoto?
é
cada dia ainda
um
precipício
a
mais
e
a vontade de
que
cair possa ser
inconsequente
a palavra que
murchou
a boca dela
:secou todo o
tempo
que nem ameixa
nessa luz
de setembro
toda fruta
escorre
pelo peito
pela barriga
pelo pé
destino é essa
cor
de fome ainda
de
fome ainda
morreram
as plantas
-carnívoras
de
fome ainda
a
gentileza
dos
maquinistas
dos
trens
:nenhuma
verdade
emana
dos
trilhos
da
velocidade
do
metal
somente
a cifra
de
um desejo incontrolável
ela é a alquimista que
corria
sempre a tempo
de uma virada
um pouco mais brusca
de torcer a língua
as coisas não
fazem mais sentido
como antes
porque as coisas
não existem
como antes
ainda bem diz
a alquimista que corre
transformando coelhos
em pequenas
aves de rapina
- me diz que é essa
a sensação clínica
de um sorriso
intervenção
da palavra
perfume
sobre
as ostras
esquecidas
na mesa
:de
alguma maneira
busca-se
conforto
também
sobre as pernas
abertas
encharcando
os
lençóis
/uma
refeição
completa/
a língua escorrega
é limo toda
fração de corpo
todos os
cálculos sobre a impossibilidade do tempo
++++++
++
++
+
os pés as orelhas pupilas
em divisão
a língua
em constante
perda
de
volta aos animais
aos
espantalhos
corações
de máquina
óleo
decantado
no aquário
-
quando você olha
hoje
não vê
nada
mais do que
a
sombra de uma antiga
vontade,
e é
essa
mesma a palavra
que cobriu
de
pedras o fundo
das
piscinas
as
plantas
-carnívoras
a
cheirar
o
fim da seca
-
ainda a fome
-ainda
as máquinas
controlam a chuva
sobre
as lâminas
de
nossas
bocas
mas a
hora vai cobrir
de
musgo
as
paisagens
de
um destino morno
ainda
a fome
e
por isso mesmo
a
lógica da presa
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