é agora neste corpo
o ponto inicial dos ritos?
e enquanto dividimos
café colchões o pouco ar
a parede som de cavalaria
o corpo decide o próximo
corte dos anzóis
a fissura da linha o nojo
do sangue frio
ser peixe a sangue frio
você diz
como nos filmes
e iremos nos lembrar
desse dia
e iremos nos colocar
na postura do
cação ao anzol
com gosto agora fecha
o mar com gosto a isca
não mais artificial
sangue na boca é isso
como nos filmes não
com tanto gosto
saber a morte
ter seu rosto como
pescar jiboias a arte
de armar as
armadilhas domésticas
para o tratado da caça
pescar jiboias com
as mãos apertar
a cabeça ao som do tango
ter seu rosto
nos portas retratos
e nas memórias
dos talheres finos
jantar Copacabana palácios
pescar a jiboia mas
sem as mãos
com os dentes?
com artilharia pesada?
que roupa
usar pede a ocasião
uma lança você diz?
e apertar cada vez
mais devagar as cabeças
até que se responda
ao rito
e nas mãos você diz
catar cigarros à beira da estrada
catar caramujos também
entre os dentes
movimenta a escrita no corpo
já estranho
eu não sei ler poemas
bem eu não sei ler poemas
e espero saber a regra
- coloque aqui a superfície
rachada dos caramujos
tem terra a língua tem
terra e o rito passa
pelo anelar contra
o corpo murcho
contra as mãos o cabide
a roupa viés por acabar
e para abrir os panos
gafanhotos
para cortar a carne
louva-deuses
para sustentar a casa
cadáveres de cigarras
umas sobre
as outras sobre
as outras sobre
as outras
e ainda há o rito
você correndo a rua
Nenhum comentário:
Postar um comentário