a boca do
tubarão
deixa do som
cinco coisas
nada sutis que
rimam com dentes
deixo a cargo
de outro
enquanto isto
toca no fundo
devagar com
percussão
a boca que vai
se abrindo
agora enguia
agora
bicho-porta
infância
marítima
como vamos
entrar no mar
sem trégua?
a memória
seleciona
águas-vivas
vermelhas
palavras
térmicas
sem alcance
a boca dele
murcha
não é o navio
não
é a mensagem
o navio quer
ancorar
na terra
a mensagem
quer
ancorar no ar
e é chegar
aos pés
do redemoinho
(rodar seus
cabelos
de trigo)
atracar por
detrás
da mandíbula
a voz dela
de novo
e de novo
e de novo
quem
tem medo das medusas
não
são as pedras
quem
tem medo do mar
não
são os afogados
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