segunda-feira, 10 de julho de 2017

poemarqueologia

quando eu lembro dele
debaixo da coberta
eu desenterro
um osso da bacia
quando eu lembro
dele no chuveiro
eu desenterro
um osso da costela
quando eu lembro
dele e do dia
que ele me disse
do meu olho inchado
dos meus dedos
cheio de terra
eu desenterro uma
ossada completa
um bicho
sem razão 

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