domingo, 14 de maio de 2017

poema da segunda espera


   
enquanto ouço Lupicínio I.

penso que devo estar mesmo
evoluído
e que espero sua mensagem
enquanto
no fundo toca
uma música daquelas
que nos geram
os mais diversos dramas
sentimentais
se é que tudo está tão diferente
ainda te espero
sem você mesmo saber
(no aleatório Volta começa a tocar)






depois de ouvir Lupicínio II.

agora ainda penso
nos que vão
ao inferno
listo os motivos
de minha espera
listo três
soluções ultrarrealistas
para o meu medo
de amar
(duas tem a ver com você)
listo uma série
de itens necessários
para sair
do céu
(repito Esses Moços no CD)







antes quando todos ouviam Lupicínio III.


talvez quando antes
tocava no rádio
(meu avô em seu Fiat ouvindo no rádio)
as canções de Lupicínio
houvesse uma
febre geral de amor
talvez antes
do tempo em que eu
ria das músicas de velho
do meu avô
as pessoas cometessem
mesmo loucuras
de amor
(enquanto eu te espero
me vejo
eu no Fiat
eu no toca discos
eu um bigode
parecido com o do meu avô
em 47
que imagem desgraçada
eu penso)
enquanto eu te espero
lembro
do meu avô
que mal conhecia
lembro que são só canções
a tocar
num Fiat velho
e que se você não chega
nada
no mundo
vai parar
(toca Felicidade)





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